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Coaching X Terapia

Ficou estabelecida uma polêmica envolvendo uma novela de TV, em que uma menina com falta de desejo sexual foi encaminhada para uma coach. Quando fiquei sabendo dessa situação na novela, confesso, até comemorei. Porque existe uma possibilidade de auxílio, não de tratamento, por meio do processo de coaching especializado nesses casos de falta de desejo sexual com profissionais que estejam habilitados, como é o caso do profissional Coach de Sexualidade.


Um coach de sexualidade pode auxiliar uma pessoa que tenha falta de apetite sexual, por meio de ferramentas específicas. Pode ensinar uma pessoa a transformar a falta de desejo em uma condição adequada de relacionamento e a identificar as razões dessa falta. Até aí, tudo bem. Há muitos casos em que a falta de desejo pelo ato sexual envolve questões culturais, diferenças comportamentais, dificuldades episódicas. É comum que o apetite sexual se perca depois de um desentendimento do casal, ou seja reflexo de um casamento arranjado ou que gire em torno de crenças e valores diferentes. Nesses casos, o coach pode ajudar, sim. Pode investigar, trazer ferramentas, elaborar um plano de ação, uma estratégia que permita o reencontro do casal, para que haja um acordo que permita resgatar o desejo e a saudável vida a dois. O que provocou espanto (e com razão) foi que a personagem do coach na trama da novela atuava como terapeuta, o que não é a área de um coach. Um profissional especializado em sexualidade não faz e nem deve fazer aquilo que aparece na TV. O coach está habilitado a buscar caminhos para levar à alta performance, à aceleração do aperfeiçoamento do ser humano. Mas não é um terapeuta para cuidar de questões específicas, principalmente em se tratando de questões que envolvam, como na novela, abuso sexual, anorgasmia ou disfunções sexuais por motivos clínicos. Nesses casos, em que o problema tem origem psico-emocional, o profissional de coching é obrigado, por uma questão ética da própria atividade, a encaminhar o atendimento para um psiquiatra, ou para um psicólogo, ou para um sexólogo, profissionais que estão habilitados a tratar terapeuticamente do caso. Isso é fundamental que se deixe claro. A ação do coach em alguns desses casos, inclusive, pode agravar o quadro de uma pessoa nessas circunstâncias. A trama da novela coloca os profissionais da área de coaching em uma posição irreal, irresponsável e perigosa. Coach não pode, nem deve fazer aquilo que mostra a TV. Meus parceiros profissionais, coaches especializados como eu, sabem do que estou falando. O coaching é uma ferramenta incrível, transformadora, que ajuda a milhares de pessoas em diversos aspectos. O mundo do coaching é movido por profissionais sérios, comprometidos e responsáveis. O coaching é um processo incrível de desenvolvimento humano, acelerador do crescimento humano, mas não é, de forma alguma, um processo terapêutico. O coach trabalha de outra forma, com aspectos palpáveis, esclarecimento, estabelecimento de estratégias e metas. (*) Jivan Pramod é coach de Relacionamento e Sexualidade e Terapeuta Sexual credenciado pela Escola da Nova Sexualidade, Comunna Metamorfose, além de facilitador de Cursos e Workshops de Tantra no Brasil, Índia, Europa e América Central.

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